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segunda-feira, 22 de abril de 2013

A escola e o celular

"Teacher, posso usar o celular rapidinho?"
Essa foi a pergunta de um aluno meu, durante uma aula de inglês. Eu pensei que, se eu perguntasse isso ao meu professor na época em que eu estudava, ele diria em alto e bom som: "não!!".
Mas essa não foi e nem seria a minha reação. Eu perguntei: para quê?
Ela disse que queria consultar o tradutor."Ótima ideia", já que tínhamos um computador e um tablet disponíveis, e quatro pessoas para usarem.
O colega do lado sacou o celular dele também. E continuamos a atividade.
Deixei que eles mesmos avaliassem se o tradutor traduzia realmente tudo aquilo que eles procurassem. Será que ele me substituiria? Será que o meu papel como professora ali não seria nenhum?
Eles me chamavam às suas carteiras. "É assim mesmo, professora? Está esquisito".
Daí eu entrava. Explicava.
Me disseram que sou louca! "Celular atrapalha"! Tirei foto deles usando o celular na aula. E eles pediram que eu postasse no facebook.
Nem queiram saber a confusão que isso deu! Os amigos deles fizeram comentários como: "estudar que é bom, nada, né?". Ou: "a professora não tava vendo que vocês tavam com o celular?" Entrei na defesa dos alunos, dizendo que EU tinha autorizado. Todos estranharam isso, e deu para sentir.
Sinceramente? É inevitável que nossos alunos usem o celular na escola. E o que fazer em relação a isso? Definitivamente, proibir não seria uma boa ideia. Se fosse, teria dado certo, inclusive por conta da lei estadual que define isso. Mas... por que não, ao invés de proibi-lo, não usá-lo a nosso favor? Desenvolver atividades nas quais os usemos? E, pouco a pouco, entremos no universo dos alunos, trazendo algo dele para as nossas aulas, e, ao mesmo tempo, fazendo com que nossas aulas entrem no universo deles?
Sempre serei a favor do uso de tecnologias variadas em aulas. Pensemos, pessoal! Reflitamos! E quem sabe não chegaremos num consenso? Num entendimento melhor entre professor e aluno? Ser tradicional nem sempre é o mais viável. Precisamos é pensar o inovador sobre o tradicional. "Aí, sim!", como dizem meus alunos.

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