Reunião pedagógica

Na semana passada, houve uma reunião pedagógica aqui na escola que trabalho. Eu tive a oportunidade de, digamos, participar de uma delas, como mera ouvinte (deu uma "choradinha", a coordenadora foi um amozinho!). Pois é. As reclamações era sempre as seguintes: "ele não estuda", "ela não se mostra nem um pouco interessada" (eram os professores reclamando de seus alunos).

Só que... Mesmo estando nos corredores, presto muita atenção às aulas da maioria desses professores. São aulas um tanto maçantes, com exercícios repetitivos, sem exigência de reflexão. 

Percebi que um determinado aluno, por exemplo, é deveras inteligente, habilidoso, aprende as coisas rapidamente. Todavia, nas aulas, mostra-se completamente desinteressado. É que é tudo muito fácil para ele. Não há desafios; ele está um passinho à frente da sala, é nítido.

Mas ninguém, ninguém reconhece isso. Ou melhor, reconhecem. Mas interpretam, simplesmente, como um caso de indisciplina. Não enxergam a causa, não esmiuçam o caso, taxam como indisciplina do aluno, e ponto.

Eu fico desesperada! E quando tratam de aspectos cognitivos, de linguagem, sem terem tido quase nenhuma formação no assunto? Falta lingüística na pedagogia, viu. Eu tenho percebido isso por aqui.

Mas, enfim. Não posso fazer muito por aqui, ainda. Sou uma mera inspetora de alunos. Estudante de letras, mas aqui ainda sou inspetora de alunos. Por enquanto, vou fazendo por aqui!

Aulas

Bem, moro numa escola e trabalho em uma, também. Estive pensando, seriamente, sobre algumas questões. E eu, entrando também no Ensino, pairam-me várias dúvidas. Por exemplo: como incentivar a leitura entre os alunos? Como fazê-los ler? E a internet, é um mal?

Em sala de aula, a leitura deve ser algo "dividido". Deve-se, primeiramente, ler com os alunos o que eles gostam, por que não? Revistinhas, gibis, a revista feminina tal, o Harry Potter, o Crepúsculo, etc. O professor deve se interessar pelo que o aluno se interessa. Pelo que faz parte de seu contexto.

Em segundo lugar, deve-se fazer outras leituras, de apoio: jornais e revistas. Eles auxiliarão na escrita. E vários trabalhos podem ser feitos com jornais e revistas: de interpretação de texto, de conscientização... Pois, em jornais, temos as notícias, do país em que vivemos e do mundo. Pode-se refletir sobre elas. E, levar jornais para a sala de aula, de vez em quando, pode estimular o interesse pela leitura dos mesmos.

Em terceiro lugar, e jamais poderia me esquecer, a Literatura Brasileira. Na minha opinião, poderia-se começar a falar dos autores brasileiros de escolas literárias como o Romantismo, Realismo, Arcadismo, um pouco mais cedo do que se costuma falar. Obviamente, não se deve impor a leitura das obras muito cedo, pois a linguagem é um pouco complicada já para os alunos de Ensino Médio, que dirá para os de Ensino Fundamental. Mas um pouco sobre elas deve ser explanado, bem como sobre a vida de autores. A literatura de um país desenvolveu-se e desenvolve-se de acordo com o contexto histórico, e não conhecer sobre ela é como se não se conhecesse parte da história de seu país. E este é um ponto que deve ser mostrado aos alunos, independentemente do nível de ensino: por que e para que se aprende algo.

A Internet, não atrapalha, não, a escrita dos alunos. Sites de relacionamento, programas de mensagens instantâneas - como o MSN, Google Talk, entre outros - quando bem utilizados (digo, quando não tomam todo o tempo livre dos alunos) são até interessantes. É um outro contexto, com linguagem própria. Não deve ser recriminado. O aluno tem de conhecer a norma culta, saber que, em Exames que for prestar, ou na escola, deve se utilizar da norma culta, e portanto deve domina-la. Mas, na internet, pode sim utilizar a linguagem abreviada, própria deste local. O mesmo vale para conversas: em conversas informais, com amigos, utiliza-se uma linguagem. Claro que, em uma reunião, palestra, um aluno não deve usar gírias. E isso deve ser discutido também. Discussões são excelentes. Todos os alunos podem dar as suas opiniões e vão aprender muito mais do que se ficarerm horas e horas debruçadas em cadernos...

Está aí. Minha contribuição para hoje.

Grande beijo!